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Foto do escritorSecretaria do Conselho Privado da Casa Principesca

Papa Bento VI Trivulzio


Representação oficial, utilizada pela Santa Sé, do Papa Bento VI Trivulzio
Papa Bento VI Trivulzio


Papa Bento VI Trivulzio, nascido Benedetto Teodoro, Conde de Trivulzio. Existem dúvidas sobre sua data de nascimento, sendo filho do Conde D. Hildebrand Teodoro Trivulzio, chamado de "O Germânico" (929-974), e de sua esposa Conradina da Saxônia, filha (possivelmente ilegítima) de Liudolf da Saxônia, Duque da Suábia.


Apesar de muitos erros sobre a identificação do Papa Bento VI Trivulzio, e alguns erros verdadeiramente grosseiros, como o da Wikipedia brasileira, que errando ao traduzir as crônicas do biógrafo Ricobardi di Ferrara, afirma que era o Papa Bento VI quem teria se chamado "Ricobadi di Ferrara", sendo que Ricobardi, como sabemos, viveu quase três séculos após a morte do Papa Trivulzio...


O pai de Bento VI Trivulzio, o Conde Hildebrand, filho mais velho de D. Ascânio I, primeiro Conde de Trivulzio, chamado de "O Longevo" (900 a 980), e, falecendo antes do pai, não sucedeu como II Conde de Trivulzio. O casamento de Hildebrand Trivulzio com sua prima Conradina da Saxônia (sendo ambos descendentes diretos do Imperador Henrique I, chamado de "O Passarinheiro"), aumentou a germanização deste, ao ponto de seu filho, Bento VI, ser por vezes dito como "germânico", como seu pai.


Antes de sua Eleição a Sé Petrina, Bento VI foi o Cardeal-Diácono da Diaconia de San Teodoro em Roma, e parece mesmo ter vivido com grande simplicidade e humildade de espírito, sendo considerado mesmo que levava uma vida eremítica, mesmo sendo Cardeal.


Brasão, desenhado com os padrões atuais, representando as Armas do Papa Bento VI Trivulzio
Brasão do Papa Bento VI Trivulzio

Muito pouco sabemos sobre o reinado do Papa Bento VI Trivulzio, apenas que foi Eleito para o Trono de Pedro após a morte do Papa João XIII (ou seja, em setembro de 972), porém Bento VI esperou pela Confirmação Imperial de sua Eleição pelo Sacro Imperador Otto I, dito "O Grande". Essa atitude valeu contra o Papa Bento VI Trivulzio a antipatia da nobreza romana, em especial de Crescenzio di Theodora, ancestral da família Crescenzi, que ansiava por ter um papa mais distante dos Imperadores. Mesmo assim, em 19 de janeiro de 973, após a Confirmação Imperial, Bento VI Trivulzio foi Consagrado e Coroado como o 134° Bispo de Roma e Papa da Santa Igreja Católica.


As Bulas assinadas por Sua Santidade o Papa Bento VI Trivulzio foram em sua maioria para confirmações de Privilégios de Mosteiros e Igrejas. A política eclesiástica de Bento VI Trivulzio seguiu os mesmos caminhos das elaboradas por seus predecessores Leão VIII e João XIII.


Em 7 de maio de 973, O Sacro Imperador Otto I morreu, e os romanos, que haviam tolerado mal a presença de outro papa imposto pelo Imperador, renovaram sua indignação com a influência imperial. Já no momento da nomeação a muito poderosa família Crescenzi, chefiada por Crescenzio, tinha apoiado vigorosamente um dos seus candidatos, Francone filho de Ferruccio. Durante mais de um ano a situação permaneceu tensa, mas em junho de 974, aproveitando o fato do novo Sacro Imperador Otto II estar ocupado em reprimir a turbulência interna na Alemanha, eclodiu uma insurreição em Roma que levou à captura e prisão do Papa Benedetto VI Trivulzio no Castel Sant'Angelo. Crescentius colocou Francone (como antipapa) no trono papal no lugar de Bento, com o nome de Bonifácio VII e logo o próprio Bento VI Trivulzio foi estrangulado na prisão por um padre chamado Stefano (que atuou como "longo braço" do antipapa Bonifácio VII), porém existe a possibilidade de Bento VI ter sido assassinado pelo próprio antipapa Bonifácio VII. O Anuário Pontifício tende a indicar o mês de julho como a data do fim do papado, devido à incerteza que cerca o destino do pontífice.


Litografia moderna, provavelmente do século XVIII, do Papa Bento VI Trivulzio, com o brasão d'Armas da Família Trivulzio acima do Pontífice
Desenho do Papa Bento VI Trivulzio


Apesar da aversão inicial do povo romano ao Papa Bento VI, o seu assassinato desencadeou o horror e a reação do povo, obrigando Franco a fugir para Constantinopla (em julho de 974) onde também levou o tesouro da Igreja, para o grande satisfação do Patriarca, enquanto Crescenzio teve que se retirar para um convento. Não há evidências de que tenha retornado à vida externa até sua morte, ocorrida no convento de Sant'Alessio em 984.


A história da Casa Trivulzio, entre os séculos XII e XVII fez um profundo silêncio sobre a existência de Bento VI, não sabemos o motivo para isso; muito provavelmente o fato da família Crescenzi ter aumentado em importância na política romana, ou, quem sabe a ligação entre o Papa Bento VI Trivulzio e o partido pró-império possivelmente dificultar que possíveis Cardeais da Casa Trivulzio fossem novamente Eleitos para o Trono de São Pedro (o que realmente não mais ocorreu até nossos dias). Todavia, hoje a Casa de Trivulzio relembra esse seu personagem histórico com muito orgulho.


Mesmo sem ter tido tempo de nomear qualquer Cardeal, após o Papa Bento VI Trivulzio surgiu uma grande tradição eclesiástica na Casa Trivulziana, tendo essa tido nada menos que seis Cardeais, sendo eles:


Cardeal Agostino I, Conde de Trivulzio, Arcebispo de Reggio e Bispo de Turim

Cardeal Antonio III, Conde de Trivulzio

Cardeal Scaramuccia I, Conde de Trivulzio e Conde de Melzo, Bispo de Como

Cardeal Scaramuccia II, Conde de Trivulzio, Bispo de Piacenza

Cardeal Antonio V, Conde de Trivulzio, Bispo de Toulon

Cardeal Giangiacomo Teodoro II, Príncipe e Duque de Mesolcina

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