Principesca e Ducal Casa de Gonzaga Trivulzio Galli d'Alvito e Mesolcina
História da Casa de Gonzaga Trivulzio Galli
A Soberana Casa de Trivulzio foi uma das mais antigas e Nobres Casas Principescas da Itália. Surgida com D. Ascânio I, dito "O Longevo", nascido no ano 900 (ou 899), que tornou-se primeiro Conde de Trivulzio no ano 920, por nomea Século, seus Membros alcançaram grande notoriedade entre a Aristocracia Lombarda, sendo que no período dos primeiros Trivulzio, o membro mais destacado da Casa foi o Papa Bento VI Trivulzio, filho do Conde Hildelbrand Trivulzio, filho mais velho de D. Ascânio I.
Senhores de uma grande série de Feudos em toda a Lombardia e sul da atual Suíça, alcançaram ainda no século XV a dignidades de Príncipes no Reino de França. Numerosos foram os Cardeais da Casa Principesca de Trivulzio, entre eles os Cardeais Antônio III Trivulzio, Cardeal Scaramuccia Trivulzio, Agostino Trivulzio e Antônio V Trivulzio.
Tornaram-se Landgraves da atual região suíça de Val Mesolcina ainda no século XV, logo depois tornando-se Príncipes do mesmo local. Construíram numerosos Castelos e Palácios que estão espalhados por diversos pontos o Norte da Itália e sul da Suíça. Foi D. Giangiacomo Teodoro II Trivulzio, 10º Príncipe de Mesolcina e de Trivulzio (no Reino de França), 5º Landgrave de Mesolcina, quem recebeu do Imperador Fernando II, em 17 de setembro de 1622 o título de 1º Príncipe de Mesolcina, de Mesocco e do Sacro Império Romano-Germânico, com o tratamento de Alteza Sereníssima (Bula de Prata, de 17 de setembro de 1622), e finalmente, o título de Duque de Mesolcina e do Sacro Império Romano, recebido do Imperador Fernando III em 1651 (Bula Dourada de 30 de abril de 1651).
Das diversas uniões com a Dinastia Gonzaga, mas em especial do casamento de D. Carlo Emanuele Teodoro I Trivulzio, 6º Príncipe de Trivulzio-Mesolcina, Conde de Melzo, Marquês de Gorgonzola, com a Princesa Caterina Gonzaga, Marquesa de Castelgoffredo, surgiu o ramo dos Gonzaga Trivulzio, Príncipes e Duques de Mesolcina, Príncipes de Mesocco e do Sacro Império Romano, Marqueses de Castelgoffredo, Condes de Melzo e Marqueses de Gorgonzola.
A Família GALLI, cujo nome também pode ser escrito como GALLIO, dependendo do período histórico, ou mesmo GALLIVS, em latim, é de origem antiquíssima, sendo que descendem por via varonil do Rei da França Hugo I Capet, através do Príncipe Robert da França, Conde de Dreux, segundo filho do Rei Louis VI de França, dito O Gordo.
A história da Casa de Galli foi se confundindo com a história dos feudos e das Casas Principescas italianas ao longo dos séculos. D. Ottavio I Galli, ou Gallio, Visconde de Beu, Príncipe de Cernobbio (1480-1552), foi pai de três filhos, D. Girolamo I, que foi Marquês d'Isola e Visconde de Beu; D. Marcos II, que foi Príncipe de Molise; e D. Tolomeo I, Cardeal da Santa Igreja e 1º Conde-Duque d'Alvito, Príncipe de Sannio, Marquês de Scaldasole e de Villafranca e Conde Imperial del Tre Pievi e do Sacrossanto Império Romano-Germânico.
Como o Príncipe D. Tolomeo I Galli e Vailati, por ser Cardeal, não pode ter filhos, designou como seu sucessor universal o sobrinho, D. Tolomeo II Galli e Valle, filho de seu irmão D. Marcos II Galli e Vailati, Príncipe de Molise. D. Tolomeo II, 2º Conde-Duque d'Alvito, que faleceu em 1613, casou-se em primeiras núpcias com a Condessa Barbara Visconti Borromeo, com quem teve descendência. Após o falecimento da 1ª esposa, casou-se com a Princesa Partenia Bonelli, filha do Marquês Girolamo Bonelli.
O Príncipe D. Tolomeo II, 2º Conde-Duque d'Alvito, foi pai do Príncipe D. Francesco I Galli e Visconti Borromeo, 3º Conde-Duque d'Alvito, d'Atina e dos Estados Anexos, Príncipe de Sannio e Príncipe de Molise, Príncipe de Locadi, Príncipe de Sicciara, Príncipe de Campobello di Licata, Marquês de Villafranca, Marquês de Scaldasole e Conde de Medina, Landgrave del Trè Pievi, Marquês e Príncipe do Sacrossanto Império Romano. D. Francesco I Galli e Visconti Borromeo casou-se com sua prima a Condessa Giustina Farnese Borromeo, filha do Conde Renato II Borromeo, e da Princesa Ersilia Farnese, filha por sua vez do Príncipe D. Ottavio Farnese, Duque de Parma e Piacenza e Camerino, filho do Príncipe D. Pier Luigi Farnese, Duque de Parma, filho do Papa Paulo III.
D. Francesco I, 3º Conde-Duque d'Alvito, foi pai de Partenia Borromeo Galli, casada por três vezes (sendo sempre viúva entre cada casamento), primeiro com o Senador Girolamo Salamanca, depois com o Conde Francesco Arese, e depois com o Conde Girolamo Serbelloni. Ortensia Borromeo Galli, casada com o Conde Francesco Cicogna. Tolomeo III, Duque de Alvito. Ersina, casada com o Conde Giambatista dal Verme. Chiara, casada com o Conde Girolamo Caini. E o Cardeal Marco III Galli, Bispo de Rimini.
D. Tolomeo III, 4º Conde-Duque d'Alvito, falecido em 1687, casou-se com a Princesa Ottavia Gonzaga Trivulzio e Grimaldi, filha do Príncipe Giangiacomo II Gonzaga Trivulzio, 1º Duque de Mesolcina, e Cardeal da Santa Igreja após sua viuvez. Por via materna, Ottavia Gonzaga Trivulzio era filha da Princesa Giovanna Maria Grimaldi, filha, por sua vez do Príncipe Ercole I do Mônaco.
Retrato matrimonial de Suas Altezas os Príncipes D. Tolomeo III Galli, 4º Conde-Duque d'Alvito
e sua esposa D. Ottavia Gonzaga Trivulzio, Princesa de Mesolcina, filha do Duque de Mesolcina
(coleção da Casa Principesca e Ducal de Mesolcina)
Do casamento entre Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Tolomeo III Galli, 4º Conde-Duque d'Alvito, Príncipe de Sannio e de Molise, Príncipe de Locadi, Príncipe de Sicciara, Príncipe de Campobello di Licata, Marquês de Villafranca, Marquês de Scaldasole e Conde de Medina, Landgrave del Trè Pievi e Sua Alteza Sereníssima a Princesa D. Ottavia Gonzaga Trivulzio e Grimaldi-Mônaco nasceram três filhos, que foram S.A.S. a Princesa D. Giustina Gonzaga Trivulzio Galli, Duquesa de Sora por seu casamento com o Duque Gregorio Boncampagni. S.A.S. o Príncipe D. Francesco II Gonzaga Trivulzio Galli, 5º Conde-Duque d'Alvito, Príncipe de Sannio, etc. e S.A.S. o Príncipe D. Gaetano Gonzaga Trivulzio Galli, que depois a adotar o nome de Antonio Gaetano e ser o Príncipe D. Antonio VII Gaetano Gonzaga Trivulzio Galli, 4º Príncipe e Duque de Mesolcina.
Dos dois irmãos, D. Francesco II e D. Antônio VII, nasceram as duas linhas da Casa de Gonzaga Trivulzio Galli. Os descendentes do primeiro formaram a linha de Alvito, também chamada de Ramo Primogênito, ou ainda de Casa de Gonzaga Trivulzio Galli(o) d'Alvito, e do segundo o chamado Ramo de Mesolcina, também chamada de Casa de Gonzaga Trivulzio Galli de Mesolcina.
RAMO DE ALVITO
O Príncipe D. Francesco II Gonzaga Trivulzio Galli, 5º Conde-Duque d'Alvito, Príncipe de Mesolcina, foi pai de D. Giuseppe I (1693-1719), Príncipe de Mesolcina, Duque de Galli-Alvito, que renunciou os seus Direitos ao Trono de Alvito, Atina e Estados Anexos, para ser Monge Beneditino. A Princesa D. Maria Ottavia, que foi Beneditina. A Princesa D. Partenia, que foi agostiniana. A Princesa D. Vicenza, que foi Agostiniana. O Príncipe D. Tomomeo IV, que depois foi o 6º Conde-Duque de Alvito. O Príncipe Domênico I Gonzaga Trivulzio Galli (1692-1751), 1º Príncipe de Trivulzio-Galli, de cuja descendência surgiria a segunda linha do Ramo de Mesolcina. O Príncipe D. Carlo II, que foi Padre Teatino (1689-1732), o Príncipe D. Antonio (+1710) e e o Príncipe D. Niccola (+1744).
Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Tolomeo IV, 6º Conde-Duque d'Alvito, Príncipe de Mesolcina, casou-se com D. Beatrice Tocco, filha do Príncipe D. Carlo I Tocco, Foi pai do Príncipe D. Francesco III, 7º Conde-Duque d'Alvito, Príncipe de Mesolcina, que casou-se com a Princesa D. Caterina Rospigliosi, filha do Príncipe D. Carlo Rospigliosi e Dama de Honra da Rainha de Nápoles. Deste casamento nasceram três filhos, que foram D. Marianna, Duquesa de Pignatelli, por seu casamento com o Duque D. Carlo Pignatelli. D. Carlo III Gonzaga Trivulzio Galli, 8º Conde-Duque d'Alvito, Príncipe de Mesolcina. E D. Alfonsina, Princesa de Colobrano por seu casamento com o Príncipe D. Michele Carafa. Os atuais descendentes da Princesa Alfonsina são os Duques Bourbon-Orléans de Galliera.
D. Carlo III, 8º Conde-Duque d'Alvito, casou-se com D. Elisabetta Capece Minutolo, filha do Duque de Ruoti. Não houveram descendentes deste casamento, assim, quando em 1800 morreu o Príncipe D. Carlo III, extinguiu-se o Ramo Primogênito da Casa Ducal de Gonzaga Trivulzio Galli, também conhecido como Ramo d'Alvito. Todos os direitos Nobiliárquicos passaram aos descendentes de D. Domênico I, que formam o atual Ramo de Mesolcina.
RAMO DE MESOLCINA
Em 1678 Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Antônio VI Gonzaga Trivulzio e Sforza, 3º Duque de Mesolcina, faleceu sem ter filhos, e legou por testamento todos os seus bens e títulos aos seus primos, filhos do casamento de sua tia, a Princesa D. Ottavia Gonzaga Trivulzio e o Príncipe D. Tolomeo III Galli, 4º Conde-Duque d'Alvito. O Príncipe D. Gaetano Galli, que ao assumir a herança do primo passou a ser chamado de D. Antônio VII Gaetano Gonzaga Trivulzio Galli, 4º Príncipe e Duque de Mesolcina. Após a morte de Antonio VII em 1707, seu filho D. Antônio VIII, (Antônio Tolomeo Gonzaga Trivulzio Galli), herdou o Principado e o Ducado como o 5º Príncipe e Duque de Mesolcina.
Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Antônio VIII Gonzaga Trivulzio Galli, 5º Príncipe e Duque de Mesolcina, foi Grande da Espanha, Decurião de Milão, General do Exército do Sacro Império e 690º CAVALEIRO DA ORDEM DO TOSÃO DE OURO. Casou-se com a Marquesa Maria Archinti, filha de Carlos, Marquês de Archinti, com quem teve apenas uma filha, a Princesa D. Lucrécia, nascida em 1763, falecida em 1767, que faleceu sem ter filhos. D. Antônio VIII doou parte de seus bens, incluindo o Palácio Trivulzio em Milão, para a formação do Pio Albergo Trivulzio, Instituição de Caridade até hoje existente.
Após a morte de D. Antônio VIII Gonzaga Trivulzio Galli em 30 de dezembro de 1767, seus bens, incluindo os títulos de Príncipe de Trivulzio e do Sacro Império, passaram a seu primo Domenico II Gonzaga Trivulzio Galli, filho do Príncipe D. Domênico I Gonzaga Trivulzio Galli, filho por sua vez de Sua Alteza o Príncipe D. Francesco II, V Duque de Alvito, neto de D. Tolomeo III Galli, IV Duque de Alvito, que havia se casado com a Princesa Ottavia Gonzaga Trivulzio e Grimaldi. Logo D. Domênico II era primo de D. Antônio VIII.
O Principado de Mesolcina foi unido ao Ducado de Alvito e ao Condado del Trè Pieve em 1800, sendo que manteve-se como Estado Soberano até a queda do Reino do Lombardo-Vêneto em 1866. Continuou a existir como um Ducado Soberano, até o ano de 1919, quando a Casa de Mesolcina exerceu sua Soberania plena sobre Dornberg, que foi então ocupada pelo recém-criado Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. Com o acordo sérvio-moesano, de 1920, Sua Alteza o Príncipe D. Pietro II Gonzaga Trivulzio Galli, 15º Duque de Mesolcina, concordou na "ocupação temporária" de seu território de Dorneberg pelo novo Reino, porém sem abdicar. O Rei Petar I da Sérvia, que logo adotou o título de Rei da Iugoslávia, concedeu que a Casa de Gonzaga Trivulzio Galli fosse aceita no Reino da Iugoslávia como uma Casa Principesca, cujo Chefe da Dinastia continuaria levando o título de Duque de Mesolcina, e os demais Membros Dinastas, o título de Príncipes de Mesolcina. A Casa Principesca e Ducal pode manter suas Ordens Dinásticas, e o Duque de Mesolcina a conceder os títulos de Nobreza que julgasse necessário, com total independência e soberania respeitada pelos Reis iugoslavos.
O Rei Petar I da Iugoslávia também concedeu ao Duque de Mesolcina o tratamento de Sua Alteza Real, no Reino da Iugoslávia, que foi assim então utilizado pelo Duque de Mesolcina de 1920 até a queda da monarquia iugoslava, em 1945, quando retornou-se ao tratamento de Alteza Sereníssima. Neste período, que durou entre 1920 a 1945, a Casa de Mesolcina manteve sua total independência, como uma Casa Soberana ex-Reinante, cujos títulos eram regulados pelo seu próprio Estatuto Dinástico (promulgado por Sua Alteza o Príncipe D. Pietro II, 15º Duque de Mesolcina, em 1918, portando, antes da ocupação de Mesolcina-Dornberg pelos sérvios), e os Membros da Casa de Gonzaga Trivulzio Galli nunca residiram na recém-criada Iugoslávia. Mesmo assim, a Casa, Família e Dinastia de Gonzaga Trivulzio Galli foi tida como a terceira Casa mais importante do Reino da Iugoslávia, logo depois da Casa de Karađorđević (Casa Real da Sérvia e da própria Iugoslávia) e da Casa de Petrovic-Njegos (antiga Casa Principesca, brevemente Real, de Montenegro). Um modo facilmente compreensível de como a Casa de Mesolcina pode ser reconhecida como uma Casa Soberana, cujos títulos foram oficialmente reconhecidos no Reino da Iugoslávia é a forma como a Casa Real e Ducal de Bourbon-Parma é, desde 1996 reconhecida como uma Casa Principesca, cujo Chefe detém o título de Duque e o tratamento de Alteza Real, dentro do Reino dos Países Baixos. O reconhecimento neerlandês da Casa Ducal de Parma em nada tira dela sua Soberania, como uma Casa Ducal ex-reinante, da mesma forma que o reconhecimento pelo Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos em nada tirou a Soberania da Casa Ducal de Mesolcina.
Após a morte de Sua Alteza o Príncipe D. Pietro II Gonzaga Trivulzio Galli, 15º Príncipe de Mesolcina, em 1981, este foi sucedido na Chefia da Soberana Casa Principesca e Ducal por seu filho mais velho, Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Verginio Carlo Gonzaga Trivulzio Galli, 16º Duque de Mesolcina, que foi Duque de Mesolcina de 1981 até sua morte, em 2012, quando foi sucedido por seu filho dinasta mais velho, Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Angelo II Gonzaga Trivulzio Galli, 17º Duque de Mesolcina, que logo abdicou em favor de seu filho dinasta mais velho, Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Andrea Gian Giacomo Gonzaga Trivulzio Galli. Atualmente o Príncipe titular e Duque de Mesolcina é Sua Alteza Sereníssima o Príncipe D. Andrea III Gonzaga Trivulzio Galli, 18º Príncipe e Duque de Mesolcina.
Desta forma, diferente de muitas outras Dinastias da Realeza ou famílias da nobreza, que tiveram um curto período histórico, a Casa de Gonzaga Trivulzio Galli foi uma Casa Soberana do ano 900 até o ano 1918, e teve reconhecimento oficial como parte do Reino da Iugoslávia até o ano de 1945 (quando da queda daquele Reino), totalizando 1045 anos de Soberania reconhecida, muito mais do que a maioria das Dinastias mundiais pode contar. Desde o ano de 1945 até nossos dias, a Casa de Mesolcina mantém suas atividades como uma Casa Soberana ex-Reinante, uma das mais importantes do mundo.
Para saber mais sobre a Família Principesca:
Texto PDF (em italiano) sobre a genalogia da Família Trivulzio
Texto PDF (em italiano) sobre as moedas utilizadas pelos Príncipes de Mesolcina
Livro PDF (em italiano) sobre os Galli, ou Gallio, Duques de Alvito
Livro PDF (em italiano) sobre o Condado de Melzo e Marquesado de Gorgonzola
História Oficial formato PDF (em italiano) da Comune de Mediglia.