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Grandes Armas do Duque de Mesolcina R.png

Descrição Heráldica

 

 

As Armas ditas Grandes, utilizadas pelo Chefe da Casa Principesca, são reguladas pelas Ordenações Heráldicas da Sereníssima Casa Principesca de Mesolcina (Artigos 5º e 6º), e são  as Armas que combinam as principais Uniões Dinásticas da Família Principesca, e os de seus Feudos Principais, principalmente àqueles pertencentes aos Condes de Melzo.

 

O Brasão foi desenhado a pedido de Teodoro IX Trivulzio, 1º Príncipe de Mesolcina, de Mesocco e do Sacro Império Romano-Germânico, no momento em que este Príncipe tornou-se Cardeal da Santa Igreja em 1625, e pretendia com isto demonstrar o quanto sua Linhagem era antiga e nobilitada.

 

Pode ser assim descrito heraldicamente:

 

ESCUDO: partido de 3, cortado de 4, perfazendo 10 campos e um escudo central:

 

I de ouro uma cabeça formada por três faces, a primeira de meia-idade, a central anciã, e a terceira jovem; acompanhada de um listel de prata com a inscrição MENS UNICA.

II de blau uma Madonna posta sobre um terraço de sinopla, vestida com vestido vermelho e manto bau, ajoelhada em oração em frente ao Menino Jesus. Sobre ambos um listel de prata com a inscição QUEM GENUIT ADORAT.

III de prata uma Cruz Resplandecente, ou ainda uma Roda de Santa Catarina, e dentro dela uma cruz pátea, tudo de goles;

IV de goles, uma aspa de prata, carregada de cinco rodas de Santa Catarina;

V campo de sinopla carregado de um maço de trigo de ouro;

VI campo de blau carregado de um carvalho de ouro arrancado do mesmo, Arrmas da Casa Della Rovere ;

VII três rodas de Santa Catarina de goles sobre uma banda de prata, dividindo o campo, sendo o superior de goles e o inferior de sinopla;

VIII campo de goles carregado de uma  Hidra de sinopla;

IX duas faixas ondeadas de prata, sobre faixado de quatro peças, de goles, de blau, de sinopla e de goles, do Condado Principesco de Hinterrhein;

X campo de ouro com uma faixa cozida carregada de uma rosa ladeada de duas cruzes páteas, tudo de goles, por Concessão Pontifícia da Rosa de Ouro para Gian Giacomo II, Duque de Venosa.

 

Sobretudo (entre os campos IV-V e VI-VII) um escudo de esquartelado, no primeiro as armas da Varonia Capetiana de Dreux-Beu-Galli, que são de balu, três flores-de-lis d'ouro em 2-e-1 (armas modernas de França), tendo por diferença um batton de prata em banda; no segundo de Trivulzio, que é palado de seis peças de ouro e sinopla, e tereiro do Ducado d'Alvito, que é de prata, cortado, no I Um leão passante de sable, armado, unhado, linguado de goles entre dois ramos de sinopla (verde), e no II Três bandas de goles (vermelho), e chefe de ouro, com uma águia de sable, coroada do campo (para o Sacro Império Romano-Germânico), o quarto do Marquesado de Castelgoffredo, que são as da Casa Gonzag de Castelgoffredo, de prata, uma cruz pátea de goles, firmada nos flancos, acompanhada de quatro águias de sable, bicadas e linguadas de goles, afrontantes duas a duas, no centro da cruz um escudo esquartelado, no I e no IV de goles, um leão de prata rompante com cauda bifurcada, coroado e com coleira d'ouro (aumento de honras do Reino da Boêmia). no II e no III cortado de seis peças d'ouro e sinopla (Gonzaga antigo). Brocante sobre o esquartelado, um escudete oval d'ouro, tendo nele a imagem do Sagrado Coração de Jesus, e dentro dele o Imaculado Coração de Maria. Sobre esse escudo central uma Fürstenhut. 

 

EXTERIORES:

Suporte: Abaixo do escudo uma águia bicéfala de sable, com patas de ouro, também bicada e armada de ouro, linguada de goles, e tendo auréolas de ouro abaixo das cabeças (águia do Sacro Império Romano-Germânico).

Elmos: sete elmos d'ouro, o do centro em majestade, e os das laterais voltados para o centro, cada um tendo sobre si uma coroa principesca aberta, cada um com um timbre, que é:

Para o primeiro um ser quimérico, composto por corpo de dragão conberto de pelos de ouro, com apenas duas patas, sendo as patas, assas e cauda de dragão em sinopla, e cabeça de homem em carnação, com barbas, bigodes e cabelos longos de ouro (Concessão do Santo Padre o Papa para a Casa de Trivulzio);

Para o segundo um colo e cabeça de dragão de blau, linguado de goles e coroado de ouro, com a crina formada por pequenos dragões de blau (Concessão da Casa de Visconti).

Sobre o central um galo de sable (para o Ducado de Alvito)

Sobre o quarto, um busto de elefante de ouro (para a Casa de Bevilacqua)

Para o quinto o timbre da Casa de Trivulzio que é uma sereia adragonada, com cabeça de mulher, de carnação até a cintura, tendo na pata sinistra superior um grande anel com um diamante, e na pata destra uma lima desgastada, com a qual esculpe o diamante do anel;

Ao redor do Escudo o Colar da Insigne e Suprema Ordem de Sua Alteza o Príncipe e de São Miguel Arcanjo. 

 

TENENTES: A Destra do escudo um Cavaleiro revestido de armadura completa de prata, com detalhes em ouro, tendo ao peito uma faixa partida na parte superior de ouro, e na inferior de sinopla, e com plumagem ao elmo dessas mesmas cores; na cabeça coberta pelo elmo uma auréola de ouro, e abaixo dos pés um dragão de sinopla; o Cavaleiro segura na mão destra uma lança de ouro, da qual sai uma bandeira com as Armas plenas do Escudo, acima descritas. 

 

A Sinistra do escudo um homem selvagem de carnação, com folhagens à altura da cintura e da cabela, segurando na mão destra uma árvore arrancada de sua cor, e na mão sinistra uma lança de ouro, da qual sai uma bandeira de ouro com a Águia Imperial bicéfala de sable, Armas do Sacro Império Romano-Germânico.

Ao redor do escudo o Grão-Colar da Insigne e Suprema Ordem Dinástica de Sua Alteza o Príncipe e de São Miguel Arcanjo. Tudo posto sobre um manto de goles adornado com feixes de trigo de ouro, forrado de arminhos, tendo por timbre a Coroa de Príncipe Soberano do Sacro Império Romano-Germânico (Fürstenhut).

 

LEMA: NE TE SMAY (NÃO TEMAS! ou ainda NÃO HÁ MOTIVO PARA TEMER!, ou também NÃO SE ASSUSTES!) 

 

O conjunto repousa sobre um manto de goles com ramos de trigo de ouro, forrado de arminhos, franjado e amarrado d'ouro, tendo por timbre a Fürstenhut com ínfulas de prata franjada de ouro.

 

Grandes Armas, explicação 1.png

Escudo das Armas da Casa de Mesolcina, com suas tradicionais 15 partições internas 

Fotografia em branco e preto de uma Libra de ouro cunhada em 1686, no Reinado do Príncipe D. Antonio VII Gonzaga Trivulzio-Galli, 4º Príncipe Imperial e Duque de Mesolcina, onde pode ser visto o Brasão de Armas da Casa Principesca com o brasão de Mesolcina, Alvito, e em escudete, as armas de França, pela varonia de Dreux. 

Aumento de Honras Heráldicas, concedido a Casa de Visconti pelo Rei Carlos Carlos VI da França, aqui representado partido com as Armas dos Duques de Milão, segundo a versão heráldica utilizada entre os anos de 1395 a 1402.

Os Aumentos de Honras era concedidos por Reis a seus Vassalos ou aliados, de modo a representar, heraldicamente, o chamado "clientelismo", típico do período Medieval e pós Medieval. Luís XI e seu pai, Carlos VII, foram os Reis Franceses que mais Aumentos de Honras concederam à Casas Nobres italianas. Tais Aumentos de Honras, assim chamados de Aumentos de França, eram compostos pelas próprias Armas do Soberano, campo de blau com três flores-de-lis d'ouro em contrarroquete, podendo ainda ter alguma diferença heráldica.

 

A Casa de Trivulzio possui seu próprio aumento de honras, recebido do Rei Luís IX, cuja diferença heráldica se deu por meio de uma bordadura de goles, carregada de oito rosas de prata (possivelmente em homenagem à Rosa de Ouro, recebida por Gian Giacomo II do Papa).

O uso heráldico do Aumento de França da Casa Visconti foi concedido a Antonio I Trivulzio pelo seu casamento com Francesca Aicardo-Visconti, como descendente da Casa de Visconti, Duques de Milão. Esta concessão foi dada pelo Príncipe Lucino Aicardo-Visconti, juntamente com o uso do timbre do dragão azul, como logo abaixo é explicado.

O Aumento de Honras deveria ser utilizado em posição privilegiada na esquematização heráldica: No caso de um escudo esquartelado, deveria ocupar o 1º e 4º quarteis (como ocorreu com o Aumento de França, recebido pela Casa d'Este), ou, quando um campo único, deveria ocupar o chefe do escudo (como ocorreu com o Aumento de França, recebido pela Casa de'Medici). Em caso de um escudo carregado por diversas partições, deveria o Aumento de França ser usado em escudete, sobre o abismo (centro) do escudo (como ocorreu com o Aumento, utilizado pela Casa Principesca de Mesolcina).

História do Brasão e Explicação Heráldica

 

 

Não sabemos ao certo a origem do Brasão da Casa de Trivulzio, porém sabemos que o escudo palado em ouro e sinopla já era usado pelos Membros da Casa desde o século XII. A Casa de Galli teve como seu principal emblema um leão negro, armado, linguado e coroado de goles (vermelho) em campo de prata, e sabemos que estas Armas eram usadas desde pelo menos o início do século XIV. Os Galli depois adotaram outras Armas, que foram utilizadas em Feudos expecífics, assim quando o Cardeal Tolomeo I Galli adquiriu o Ducado de Alvito em 1595, extendeu a ele suas Armas pessoais, isto é, escudo partido, no I o leão negro, posto de forma passante e entre duas palmas de sinopla (verde), no II de prata, de bandas de goles. Chefe de ouro com a águia imperial, coroada do campo.

 

Um antigo manuscrito do século XVI nos mostra que um dos tradicionais timbres da Casa de Trivulzio, que é um dragão de ouro, com suas assas, e a cabeça de um homem, foi concedida a Antonio I Trivulzio, pai de Gian Giacomo II, Margrave de Vigevano e Conde de Mesolcina. Antonio I, que foi casado com Francesca Aicardo-Visconti, recebeu como timbre esta figura como recompensa por seus serviços militares junto à Corte Pontifícia.

Duas imagens: a primeira com a representação da figura do dragão com cabeça humana, utilizada no século XVI, e a segunda imagem, a mesma representação, feita com modernos desenhos.

O segundo timbre mais conhecido da Casa de Mesolcina, isto é, o busto de um dragão de blau (azul) com as crinas em formato de pequenos dragões, foi concedido a Antonio I Trivulzio pelo seu casamento com Francesca Aicardo-Visconti, como descendente da Casa de Visconti, Duques de Milão. Esta concessão foi dada pelo Príncipe Lucino Aicardo-Visconti.

Duas imagens: a primeira com a representação da figura do dragão Visconteo, utilizada no século XVI, e a segunda imagem, a mesma representação, feita nos moldes da heráldica atual.

Os tenentes

 

 

Os tentes são peças muito antigas, e profundamente ligadas ao território de Mesolcina. O Primeiro, o Cavaleiro vestido de armadura e pisando o dragão, é uma representação celestial, que para alguns seria São Miguel, para outros São Jorge. Ele pisa um dragão verde. Na realidade, o Cavaleiro de Mesolcina, como este tenente é chamado, está presente nas Armas da Grauer Bund.

Já o homem selvagem que segura numa mão uma árvore arrancada, e na outra uma bandeira, esteve desde o século XV ligado à Zehngerichtebund, que foi a Liga criada após a extinção da linha masculina da Casa de Toggenburg, sendo que esta Liga foi uma das ferozes opositoras dos Condes von Sax, antigos Senhores de Mesolcina, e contra os quais D. Gian Giacomo II lutou pela posse do Condado. A Zehngerichtebund sempre foi aliada da Casa Trivulzio nos intentos de manter unidos os territórios feudais da Suíça de língua italiana, e por isso, tornou-se um dos tenentes do brasão principesco.

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Exemplos do uso dos tenentes na heráldica suíça, sempre atreladas ao Cantão de Graubünden, onde Mesolcina está localizado. Por vezes surge também junto aos tenentes a figura da Beatíssima e Sempre Virgem Maria, tento o Menino Jesus em Seus braços, que estão presentes no II campo do escudo Principesco.

Vídeo produzido pela Fundação Trivulziana, com a introdução ao Almanach do Stemmario Trivulziano. Palestra conferida em Milão, na Biblioteca Trivulziana (Palácio Sforzesco de Milão).

Vídeo produzido pela Fundação Trivulziana, sobre a Heráldica da Casa Principesca de Mesolcina. Palestra conferida em Milão, na Biblioteca Trivulziana (Palácio Sforzesco de Milão).

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