Principesca e Ducal Casa de Gonzaga Trivulzio Galli d'Alvito e Mesolcina
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Família Galli di Como: GENS GALLIA

Numerosas são as famílias italianas que levam o nome "Galli" ou seus derivados, uma vez que a origem do nome vem de Gália, a antiga província romana na atual França, então, o nome pelo qual, em alguns dialetos, referiam-se aos franceses era por "gauleses" ou por "gallicos". Isso também ocorre com outros sobrenomes utilizados por mais de uma família, como por exemplo, Borromeo, que vem de "bom romeiro", Lupi, que vem de "lobos", etc. Por isso mesmo é importante, antes de tentar definir parentesco com uma família italiana apenas pela grafia de um sobrenome, buscar saber qual a cidade mais antiga onde essa família possuía Feudos, também chamado de "cidade originária".
No caso da Família Galli di Como, esta possuía os Feudos ao redor do Lago di Como, utilizando sempre o título de Condes de Galli e Marqueses del Dongo. A origem dessa família é a Gens Gallia, que foi uma Gens romana, originalmente do Alto Lácio, onde era um gens plebeia, chegando em Roma ainda nos tempos da República, onde avançou socialmente chegando ao Patriciado Romano, alcançando o Senado Romano, que era reservado para as gens patrícias.
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Como um nome tipicamente latino, está sujeito em textos escritos nesta língua as declinações e variações próprias, por exemplo, Gallius é a forma masculina utilizada pelos membros da Gens, enquanto Gallia é o feminino. Gallii é o plural, Galli é a forma neutra, que poderia ser utilizada por todos, e por isso mesmo adotada como grafia moderna, enquanto em dialeto napolitano ainda costuma escrever-se Gallio para os homens da família, ou Gallia para as mulheres.
A gens Gallia teve seu avanço social solidificado nos tempos do Senador Quintus Gallius, que entre os anos de 66 a.C e 65 a.C. foi realmente uma ameaça ao avanço do poder de Augustus. Marco Gallio foi o Praetor que presidiu a Assembleia convocada para eleger o novo Imperador na pessoa de Otaviano. A gens Gallia é a única Gens Romana citada no Novo Testamento, na pessoa do Lucius Anneus Novatus Gallius, que foi o procônsul de Corinto, e foi ali onde primeiro julgou São Paulo Apóstolo, o absolvendo das acusações a ele feitas pelos judeus, como narrado nos Atos dos Apóstolos, 18: 12-17. Uma antiga tradição familiar aponta que o procônsul absolveu São Paulo por acreditar em sua pregação, tornando-se cristão desde então.
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Com a transferência da Capital do Império Romano do Ocidente, de Roma para Milão, no tempo do Senador Cesare Augustus Gallio, este teve de acompanhar a Sede do Senado, comprando, nos arredores de Milão, as terras ao redor do Lago di Como, que tornou-se depois a sede da Família. Com uma sucessão tipicamente romana, onde a Gens poderia continuar através de sucessão feminina ou até mesmo por adoções, segundo o costume romano, os Galli avançaram na Idade Média, chegando ao período da Coroação de Carlos I Magno, Rei dos Francos, como Imperador Romano no ano 800, em Roma. Os membros da família Galli, já agora organizada como tal, lutaram ao lado de Carlos Magno para consolidar seu poder.
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A família usava, desde o período romano, o leão passante como seu símbolo, por ser esse o símbolo da "IV Legião Gallia". Conta-se que utilizando um escudo branco com três leões passantes vermelhos (cores de Carlos Magno, em sinal de adesão a seu domínio) Marco Galli defendeu o Imperador Carlos Magno, que em batalha havia perdido seu escudo, o protegendo com seu corpo e seu escudo, de três poderosos golpes desferidos contra o Imperador. Para marcar esse feito, Carlos Magno concedeu um Aumento de Honras à família Galli, um escudo branco com três bandas vermelhas, em recordação aos três golpes que Marco Galli suportou com seu escudo para defender o Imperador. Carlos Magno confirmou também os posses da família como Feudos, com os referidos títulos de Condes de Galli e Marqueses del Dongo.

Aumento de Honras concedido por Carlos Magno a Marcos Galli

Brasão utilizado pela Família, após as definições das regras heráldicas.

Brasão utilizado a partir do século XIII. Será depois substituído pelas flores-de-lis da varonia capetiana de França, e depois recordado pelo Cardeal Tolomeo I Galli, em seu feudo romano do Ducado d'Alvito.
Em 1355 Robert V de Dreux, Visconde de Beu, Príncipe do Real Sangue de França, vende a regência de seu Viscondado a seu irmão, Pierre, e com o dinheiro busca estabelecer-se em Milão, longe da Guerra dos Cem Anos, onde havia tomado o lado errado durante algum tempo. Casa-se com Constanza Gallia, herdeira da Gens Galli, e, segundo o costume romano herdado pelos ancestrais da esposa, adota o nome desta, uma vez que não existiam ainda sobrenomes na França. Busca assim garantir sua posição, pelo prestígio da Gens Gallia, citada até mesmo nos Atos dos Apóstolos, com os numerosos bens da esposa, passando a utilizar agora os critérios de sucessão sálicos da Varonia Capetiana dos Dreux-Galli.

Médias Armas dos Gonzaga Trivulzio Galli, com o brasão da Gens Gallia no III campo, chamado em linguagem heráldica de "Armas d'Alvito"